
Com a formação de um intenso ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, a Região Sul entra em alerta máximo para o início da próxima semana. Conforme a MetSul Meteorologia, modelos numéricos apontam um cenário de grande perigo entre terça-feira (9) e quarta-feira (10), combinando tempestades severas, granizo e ventos com potencial destrutivo.
A partir da queda acentuada da pressão atmosférica, as rajadas de vento devem variar entre 80 km/h e 100 km/h, impactando principalmente o Sul e o Leste gaúcho. Além disso, o fenômeno tende a gerar ondas de tempestades que avançarão para partes do Centro-Oeste e Sudeste do país.
Com o processo de ciclogênese (formação do ciclone) previsto para terça-feira (9), o sistema surge da interação entre uma área de baixa pressão vinda do Oceano Pacífico e outra localizada no Paraguai.
Na terça-feira (9), o sistema se desenvolve entre o RS e o Uruguai. A instabilidade se espalha rapidamente, com risco de “supercélulas” de tempestade e vendavais localizados.
Na quarta-feira (10), o ciclone deve se posicionar na costa gaúcha com grande intensidade. Esse momento deve marcar o pico dos ventos, com rajadas contínuas.
A partir de quinta-feira (11), o sistema começa a se deslocar rapidamente em direção ao alto-mar, embora ainda possa provocar ventos na madrugada no Leste do RS.
Segundo a MetSul, ventos ciclônicos constantes entre 60 km/h e 80 km/h devem atingir grande parte do território gaúcho. Em áreas mais afetadas, como o Sul e o Leste, as rajadas podem ultrapassar 100 km/h. Também é considerado alto o risco de interrupção no fornecimento de energia elétrica, afetando grande número de consumidores, especialmente na área de concessão da CEEE Equatorial.
Além da ventania, o sistema deve provocar chuvas torrenciais. Acumulados de 50 mm podem ocorrer em poucas horas, com totais variando entre 100 mm e 200 mm em pontos próximos ao centro do ciclone.
No que diz respeito à pressão atmosférica, modelos internacionais como o GFS (americano) e o ECMWF (europeu) indicam queda incomum para esta época do ano, podendo atingir valores próximos de 980 hPa no centro do sistema, junto à costa. Quanto menor a pressão, mais intenso tende a ser o ciclone.
Ainda assim, a meteorologia reforça que, apesar do consenso sobre a formação do fenômeno, a trajetória exata e a intensidade final podem sofrer ajustes nos próximos dias. A orientação é acompanhar atualizações diárias da previsão do tempo.
No Paraná, as chuvas também devem ser intensas em Santa Catarina e no próprio território paranaense, onde as rajadas podem superar 60 km/h durante a tarde, exigindo atenção redobrada da população.