
Equipes do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná (Ibape-PR) e da Cohapar, com apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), estão desde domingo (9) em Rio Bonito do Iguaçu para avaliar as condições das edificações atingidas pelo tornado que devastou parte do município na sexta-feira (7). O grupo já vistoriou cerca de 80% das residências e prédios públicos afetados.
O trabalho envolve aproximadamente 50 engenheiros e arquitetos voluntários, que se dividiram em cinco regiões da cidade para realizar inspeções técnicas em cada imóvel. O objetivo é produzir laudos oficiais que servirão de base para o plano de reconstrução e para a liberação de recursos públicos destinados a reparos ou demolições.
“Estamos realizando inspeções casa por casa, avaliando se os imóveis estão aptos à reconstrução, se precisam de reparos ou se devem ser demolidos. Esses laudos são documentos fundamentais para orientar as próximas etapas, pois servirão de base para o município, o Estado e o governo federal na liberação de recursos para as famílias”, explicou o presidente do Ibape-PR, Edson Luiz Haluch.
Segundo ele, o trabalho começou poucas horas após a passagem do tornado e vem sendo feito de forma coordenada com a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e prefeituras da região. As informações coletadas em campo são processadas diariamente em uma base montada em uma escola local, onde os engenheiros consolidam os dados e elaboram os relatórios técnicos.
A coordenadora de campo do Crea-PR, Regina Be Toni, relatou o impacto da destruição e destacou a importância das avaliações técnicas para garantir segurança e agilidade na reconstrução. “Foi chocante chegar aqui. O cenário é de terra arrasada. Em nossa equipe, que está avaliando os prédios públicos, já tivemos que interditar quatro estruturas nesta segunda-feira. Esse levantamento é essencial para liberar recursos e permitir que a reconstrução comece o quanto antes”, afirmou.
“Esse levantamento vai nos ajudar a ser precisos na liberação dos recursos e no atendimento às famílias”, complementou o diretor-presidente da Cohapar, Jorge Lange.
A expectativa das entidades é concluir a etapa de inspeções individuais até esta terça-feira (11). A atuação dos engenheiros e arquitetos tem sido considerada essencial pelo Governo do Paraná e pela administração municipal, que utilizarão os laudos como base para o planejamento técnico e financeiro da recuperação das áreas atingidas.
Recursos para moradia
O Estado atua em duas frentes para apoiar as famílias que perderam suas casas. O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou a construção emergencial de 320 moradias, com obras previstas para começar assim que forem concluídos os diagnósticos técnicos e estruturais dos terrenos.
As empresas de construção civil com modelo off-site serão priorizadas, substituindo o método tradicional de alvenaria pela instalação de paredes pré-produzidas — que chegam prontas com portas, esquadrias e sistemas elétricos e hidráulicos. O investimento será de cerca de R$ 60 milhões, com custo calculado por metro quadrado.
O processo ocorrerá em paralelo ao repasse de até R$ 50 mil por família para reformas, conforme lei sancionada nesta terça-feira.